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UPA BOA VISTA: Um caso não isolado.

Foto do escritor: Alex TeleginskiAlex Teleginski

Texto elaborado por: Daisyrre Furtado e Priscila O’Donnell.


Durante o início da noite deste domingo (23/03/2025), uma enfermeira foi mantida como refém por um paciente na UPA Boa Vista, em Curitiba. O paciente foi contido pela Polícia Militar, após horas mantendo a vítima sob ameaça de um garfo. Trata-se de um homem em situação de rua que, após ser encaminhado ao local para atendimento médico, entrou em estado de “surto” devido abstinência, pois é usuário de drogas.


A profissional da enfermagem foi libertada, aparentemente sem sofrer danos físicos, sendo liberada do plantão para que pudesse retornar para casa. Porém, não é necessário viver um episódio de violência para saber que aquela trabalhadora sofreu danos psicológicos inimagináveis, inclusive danos que poderão abalar sua vida como profissional da saúde dali por diante.

Nenhum profissional da saúde sonha sair de casa para se tornar vítima do próprio paciente, justo aquele para quem possui um compromisso ético e moral de prestar o melhor atendimento possível.


O fato ocorrido na UPA Boa Vista, de administração da Prefeitura de Curitiba, expõe a realidade que os profissionais da saúde são obrigados a lidar e, infelizmente, ainda não há solução eficaz para o problema.

A falta de segurança nos estabelecimentos de serviço de saúde se tornou elemento do cotidiano destes profissionais, que precisam lidar com as obrigações atinentes a profissão, mas também lidar com episódios de violência realizada pelos próprios pacientes ou acompanhantes, em especial aqueles que são dependentes químicos.


Nas páginas policiais dos jornais de circulação de Curitiba e região, muito se falou sobre o episódio envolvendo o “paciente em surto”, mas pouco se noticia sobre a falta de segurança que os trabalhadores da saúde enfrentam dentro do local de trabalho.

Nos últimos anos, o SINDESC recebeu denúncias de trabalhadores da enfermagem reportando assédio moral, ameaças a integridade física e sexual advindas de pacientes nos CAPS e UPAs, além da falta de seguranças nos locais para auxiliar nas ocorrências. Todos os casos que chegaram ao conhecimento do sindicato foram encaminhados para investigação do Ministério Público do Trabalho.


Porém, o tema “segurança no ambiente de trabalho”, não é um caso isolado, a categoria da saúde sofre constantemente ameaças, assédio, agressões não somente de pacientes, mas também por parte de acompanhantes e familiares. O SINDESC já encaminhou em outras situações semelhantes, denuncias ao Ministério Publico do Trabalho reportando a violência sofrida pelos trabalhadores dentro dos ambientes hospitalares, e mais uma vez irá tomar as medidas cabíveis no intuito de fazer os encaminhamentos necessários para combater o assédio contra estes profissionais da saúde.

 
 
 

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